Depois de lançar mão de um arsenal de medidas para estimular o crédito via Banco Central (BC) e não conseguir o efeito desejado, o governo encontrou uma fórmula para fomentar o financiamento às pessoas físicas usando o crédito consignado. É, porém, uma ação de alcance limitado e que, no fim das contas, deve ser insuficiente para fazer os bancos baterem as metas de crescimento do crédito projetadas no início do ano.
Duas medidas, divulgadas sem alarde no começo deste mês, prometem acelerar a contratação de crédito consignado por aposentados do INSS e funcionários públicos da esfera federal. Trata-se de um grupo que soma cerca de 25 milhões de pessoas e que hoje são tomadores de quase R$ 100 bilhões em empréstimos com desconto em folha de pagamento. O governo passou a permitir que esse público esticasse o prazo de parcelamento do consignado, desde que respeitado o limite máximo de comprometimento de 30% do salário. Com isso, abriu-se espaço para que tomassem mais crédito, o que serviu para ampliar os desembolsos na modalidade.
Beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem ampliar o prazo do empréstimo em um ano, para seis anos. Os servidores públicos federais ganharam mais três anos, num prazo total de oito anos para liquidar as operações.
Segundo relatos de executivos de bancos ouvidos pelo Valor, os desembolsos de crédito consignado aceleraram entre 2,5 e 5 vezes desde o início de outubro. Eles ponderam que tal velocidade deve perder força à medida que servidores e aposentados renovem suas operações para os novos limites. A expectativa é que as concessões na modalidade fechem 2014 com mais de 10% de alta. Seria um salto e tanto, já que no acumulado do ano até agosto, esses desembolsos cresceram 1,4%, a R$ 104,4 bilhões.
"A procura nos surpreendeu positivamente. Havia uma demanda reprimida", afirma o diretor de empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil (BB), Edmar Casalatina. O banco público tem uma carteira própria de R$ 50,4 bilhões em consignado, sendo que 87% são empréstimos para servidores públicos. O executivo atribui parte dessa forte procura inicial ao uso da linha para substituir dívidas com taxas de juros mais caras, como cartão e cheque especial.
Se o crédito consignado reagiu à mudança de prazo máximo e voltou a ganhar tração, outras modalidades que o governo tentou estimular nos últimos meses, principalmente o financiamento de veículo e o crédito para pequenas e médias empresas, mostraram impactos que vão de marginal a nulo, contam executivos de instituições financeiras consultados pelo Valor.
As medidas do BC deixaram uma série de modalidades de crédito "mais baratas" para os bancos. A autoridade diminuiu a exigência de capital que as instituições têm que cumprir para cada empréstimo feito, em especial os de mais longo prazo. No consignado, essa regra só fez diferença quando o governo autorizou que os servidores públicos federais e aposentados contratassem créditos de maior duração. Nas demais linhas, mesmo o custo menor não conseguiu provocar forte reação.
O principal motivo é que, mesmo que o custo de emprestar tenha caído, os bancos se recusam a admitir em seus portfólios clientes que tenham mais chance de calotes. Isso deixa mais rigorosa a seleção de tomadores e diminui as aprovações. "Há um sentimento de insegurança entre os clientes que poderiam tomar crédito com bom risco. O que sobra é um público que está com o nível de endividamento elevado", diz o diretor de um banco de grande porte.
Depois de enfrentar problemas com a inadimplência em 2012, os bancos reforçaram modelos de análise de risco. "Não há prêmio que compense a perda com um mau pagador", diz o presidente de um banco médio.
Ou seja, até aqui o resultado das medidas se concentrou em uma modalidade que já crescia acima das demais, embora desse sinais de desaceleração. Neste ano até agosto, o estoque de consignado subiu 9,6%, somando R$ 243,1 bilhões, enquanto em igual período do ano passado o avanço era de 11,9%. Essa é a segunda maior linha de crédito à pessoa física, representando 18% do estoque para esse público. Só perde para o financiamento imobiliário.
"Gráfico que mostra aumento do crédito consignado"
Fonte: Valor.com.br
"Antes de tomar qualquer crédito é importante conhecer a sua real situação financeira, ou seja, fazer um diagnóstico financeiro"
O número de colaboradores de empresas, aposentados e pensionistas que pedem empréstimos com desconto em folha de pagamento é muito alto. Essa ferramenta é uma das principais formas de endividamento da população, e se utilizada sem educação financeira pode se tornar um problema muito sério.
Segundo dados que consideram apenas os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), houve uma leve retração na obtenção dessa forma de crédito. Os dados apontam que, em março deste ano, as operações de crédito consignado totalizaram R$ 3,543 bilhões, um resultado 4,04% inferior ao mesmo período de 2013, quando foram liberados mais de R$ 3,6 bilhões. Em número de contratos, a redução é ainda maior: em março de 2014, registrou 1.046.291 contra 1.147.337 contratos efetivados, em março de 2013, uma redução de 8,81%.
Essa redução se deve a vários fatores, dentre os quais destaco as perspectivas econômicas negativas, que fez com que crescesse consideravelmente o medo da população em tomar créditos no mercado, não sabendo se conseguirão arcar com os compromissos.
Contudo, em praticamente todas as empresas que realizo trabalho de educação financeira, observo a utilização dessa ferramenta de crédito de forma inadequada, o que leva a problemas como queda na produtividade e até mesmo demissões, por isso, esse é um tema que precisa ser alvo de esclarecimentos e cuidados, antes de ser oferecido pelas empresas e utilizado pelos funcionários.
Imagina se, após ter pego um crédito consignado, os problemas comecem a interferir no trabalho, causando queda de produtividade e motivação? As coisas só piorariam. Com a educação financeira, essa questão se minimiza, pois as pessoas perceberão que o problema não é ter dívidas, mas sim não ter total conhecimento da situação financeira, fazendo com que a vida gire em torno de dívidas intermináveis, que deixam cada vez mais longe a realização dos sonhos.
Então, separei algumas orientações básicas e práticas para que as pessoas tenham consciência na hora de utilizar esta linha de crédito:
1. Antes de tomar qualquer crédito é importante conhecer a sua real situação financeira, ou seja, fazer um diagnóstico financeiro;
2. É muito importante não deixar que este empréstimo e problemas financeiros reflitam em seu desempenho profissional, pois será muito mais complicado pagar qualquer prestação sem salário;
3. Antes de buscar pelo crédito consignado, é importante tomar consciência de que o custo de vida deverá ser reduzido em até 30% do ganho mensal, isto porque a prestação deste reduzirá o seu ganho mensal diretamente em seu salário ou benefício de aposentadoria;
4. É muito comum a utilização do crédito consignado para quitação de cheque especial, cartão de crédito e financeiras, porém, a troca simplesmente de um credor por outro, sem descobrir a causa do verdadeiro problema, apenas alimentará o ciclo do endividamento;
5. A linha de crédito consignado, sem dúvida, se bem utilizada, é importante, porém, não pode fazer parte da rotina de um assalariado ou aposentado. Sua utilização deve ser pontual;
6. Tem sido comum o empréstimo do nome a terceiros por parte de aposentados e até mesmo funcionários, mas este procedimento é prejudicial a todos;
7. Caso encontre taxas de juros mais baixas, é válido fazer portabilidade deste crédito. Para os funcionários, o caminho será falar com a área de Recursos Humanos; para os Aposentados, as possibilidades são inúmeras, é preciso pesquisar;
8. Para quem quer tomar o crédito consignado, recomendo que, antes mesmo de assinar o contrato com a instituição financeira, se faça uma boa reflexão e analise se este valor que será descontado diretamente no salário ou benefício não fará falta para os compromissos essenciais mensais.
Fonte: Administradores.com.br
Jovens apresentaram pior desempenho: pontuação do grupo entre 16 a 17 anos caiu de de 5,9 para 5,5
São Paulo - O brasileiro manteve o mesmo nível de educação financeira em 2014 na comparação com o ano passado, mas a medição piorou entre os jovens, informou a Serasa Experian em pesquisa conjunta com o Ibope Inteligência, divulgada nesta quinta-feira, 07. Os componentes do índice também mostraram uma piora marginal.
O Indicador de Educação Financeira (IndEF) continuou em 6,0, mas os componentes de Conhecimento e Comportamento mostraram piora de 0,1 ponto, para 7,4 e 5,1, respectivamente.
A medida de Atitude se manteve em 6,3. O indicador possui escala de 0 a 10.
Os jovens apresentaram o pior desempenho: o grupo de 16 a 17 anos registrou queda na pontuação para 5,5, de 5,9. No grupo de 18 a 24 anos, a piora foi menor, para 5,8, de 5,9.
Apesar de o número geral permanecer estável, na passagem de 2013 para 2014 houve uma queda no número de pessoas que disseram registrar despesas superiores a receitas nos últimos 12 meses.
O porcentual de renda mensal comprometida com dívidas maior que 50% também declinou.
"Essas variações refletem uma postura mais cautelosa do consumidor brasileiro em 2014, em consequência do alto grau de inadimplência em 2013", informou o documento de divulgação do indicador.
A categoria Conhecimento avalia o entendimento de conceitos financeiros. Atitude mede a relação do entrevistado com o dinheiro e Comportamento diz respeito às ações do entrevistado no dia a dia.
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de abril. Foram entrevistadas 2002 pessoas em 140 cidades de todos os Estados. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Fonte: Exame.abril.com.br
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